domingo, 6 de novembro de 2011

Lassi (लस्सी) - bebida tradicional indiana



Quanto praticava Yôga conheci algumas comidinhas indianas muito boas e passei a consumir alguns temperos típicos. Lembro de ter tomado um suco a base de yogurte natural, hortelã e água de rosas (delicioso!). Em BH também tinha um casal de indianos que vendia um doce parecido com a nossa ambrosia, só que tinha um aroma de rosas. 

Essa semana estava em um empório aqui em Brasília em plena Feira dos Importados e me deparei com uma promoção de uns xaropes libaneses. Tive uma surpresa tão boa quando encontrei uma garrafa de xarope de rosas que não hesitei nenhum minuto em adquiri-la. Depois lendo sobre o produto vi alguns sites indicando usar o xarope ao invés da água de rosas já que ele é bem aromático e possui cor vermelha, deixando as bebidas com uma cor bem vibrante.

A versão mais tradicional do Lassi indiano é salgada e é preparada  a base de água, yogurte natural, sal e especiarias. As versões de Lassi doce também são muito consumidas na Índia e são preparadas a base de yogurte natural e água de rosas podendo ainda ser adicionado de frutas, sendo a manga a preferida dos indianos.

Pesquisando na internet receitas com o xarope de rosas achei  algumas versões de limonada e até mesmo de drinks. Eu querendo tirar o máximo proveito dessa aquisição me joguei com tudo nessas experiências. Na foto em destaque o Lassi de Abacaxi com Hortelã e nas fotos menores o Lassi de Goiaba e a Limonada de Limão Siciliano com aroma de rosas, todas versões aprovadíssimas. Só faço uma ressalva - o aroma de rosas tem um sabor muito suave, então dependendo da fruta como, por exemplo, a goiaba ele são sobressai muito. A limonada também recomendo utilizar um limão para no mínimo dois copos pela mesma razão.

Para evitar uma overdose de xarope de rosas não fiz a tempo de postar o Lassi de Manga e também um drink alcoólico, que deve ficar bem interessante. Fora a "ambrosia indiana" que fico com água na boca só de lembrar.  Fico ansiosa sabendo que corro o risco de viver sem o aroma de rosas de novo, já que era a última garrafa do empório.

domingo, 23 de outubro de 2011

Açafrão fresco e almofada


Açafrão fresco e almofada pode soar estranho mas para mim faz todo sentido, ainda mais considerando que fui apresentada ao profundo significado desses dois itens aparentemente tão dissociados nesse fim de semana. Já explico.


1 ato - açafrão fresco: fui ao CEASA esse final de semana comprar frutas e entrei no Mercado Orgânico com o firme propósito de comprar apenas dois litros de leite para o meu amor, afinal é tão saudável e ele adora. Ou melhor, eu, imbuída de todas as minhas privações lácteas, faço questão absoluta que ele tome pelo menos uma xícara de leite (orgânico) por dia. Fui direto a geladeira sem praticamente olhar para os lados, para não cair em tentação. Mas caí assim mesmo. Vi um saquinho pequeno do lado das pimentas com algo que imediatamente chamou a minha atenção. De início pensei: nossa como estão feias as cenouras essa semana e logo depois pensei que fossem gengibre.

Resolvi ler o rótulo vi que estava escrito açafrão. Fui tomada de uma emoção súbita e segurei o saquinho na mão por alguns segundos até ser resgatada pela minha razão toda poderosa e deixá-lo novamente no lugar que encontrei. Logo em seguida me dirigi ao caixa toda segura de mim repetindo internamente a palavra venci. Enquanto aguardava no caixa não resisti e voltei correndo ao local onde tinha deixado o açafrão fresco e peguei o saquinho rapidamente de volta dessa vez segurando-o bem firme. Olhei para o meu marido e disse eu não queria levar mas que não ia me privar dessa experiência. Era a primeira vez na vida que via um açafrão fresco e não ia reprimir essa vontade de levar para casa e fazer um arroz bem caprichado. Ele olhou para mim e disse : Leva sim isso faz parte das "pequenas alegrias da Mimi", frase entre aspas que ele habituou falar quando me vê genuinamente feliz com alguma coisa muito simples.

Cabe, contudo, explicar a razão de tanto drama. Quando me mudei para o meu primeiro apê próprio a parte que mais caprichei foi a cozinha e no ano que morei lá cozinhei praticamente todos os finais de semana. Sabia que estava feliz mas comecei a me incomodar com o fato de não estar sobrando tempo para outras coisas. Agora na entrega do segundo apê tivemos que nos mudar para uma kitnete provisoriamente até a sua entrega. Deixei a maioria das minhas engenhocas de cozinha encaixotadas devido a falta de espaço. E detalhe, na Kit só tem um frigobar e um fogãozinho de duas bocas elétrico. Decidimos "sobreviver" a isso com uma tacada de mestre. Aproveitaríamos esse período como casais de namorado nos jogando na balada ao invés de perdermos o final de semana no fogão. Conclusão: nem bem ao céu nem bem a terra, e percebi que vou ter que arrumar uma forma de equilibrar tudo isso. Assim resolvi quebrar o jejum da cozinha encarando esse desafio, foi como cozinhar em um acampamento e, além disso, ganhei várias novas manchas nos utensílios que trouxe e em minhas mãos. Quem já cozinhou com açafrão em pó sabe que o danado tinge tudo o que encontra pela frente, o açafrão fresco não é diferente. Mas fiquei tão empolgada que nem quis pesquisar nada e fui logo pondo a mão na massa. Lavei o açafrão, ralei em um ralo pequeno, joguei em uma panela com óleo bem quente e deixei fritar rapidamente, imediatamente um aroma delicioso tomou conta das minhas narinas. Depois joguei o arroz e refoguei na mesma panela adicionando o alho com sal. Refoguei tudo até o arroz estar bem torrado, acrescentei água e deixei cozinhar. Não precisa nem dizer que ficou maravilhoso, gosto de comida de roça, de comida de fogão a lenha e de comida de vó, sem nenhuma modéstia.


2 ato - almofadas: sempre gostei de entrar em uma livraria nas horas vagas e descobrir alguns títulos que ninguém havia me indicado antes. No sábado a noite após o episódio da compra do açafrão fui a livraria Cultura e fiz uma descoberta um pouco menos exploratória já que o livro estava bem em destaque na entrada da loja. Aliás, vários livros da Martha Medeiros que eu ainda não conhecia (conheci-a em uma entrevista que me despertou bastante interesse e depois através do filme Divã). Chamou-me atenção o livro "Feliz por Nada" já que está na sua nona edição. Comecei a folhear o livro em pé até ver que iria devorá-lo todo ali mesmo e resolvi encontrar um local mais confortável para finalizar a leitura. E é justamente aí que entra a almofada. Lendo o livro adorei a Crônica "Eu não preciso de almofada" onde ela faz uma narrativa super bem humorada quando "um defensor da linha franciscana de morar" disse essa frase para ela e quando ela olhou para o lado disfarçadamente estavam cercados por cerca de 25 almofadas indianas, nordestinas, uruguaias, enfim, de todos os tamanhos, cores e origens. Segundo ela é o que dispara o seu lado consumista. Mas ela declara que claro ela também não precisa de almofadas, assim como não precisa de flores, não precisa de tapetes e o fato da casa dela parecer uma loja turca "é só para evitar o desconforto dos que andam descalço". E assim ela prossegue na analogia dizendo que ela não precisa de várias de suas "pequenas alegrias" até finalizar dizendo que então ela não precisa de cor, de beleza, não precisa de sonho, não precisa de arte, não precisa de criatividade, não precisa de diversão, não precisa de prazer [...]


A moral da história para mim é que as vezes em nome de um desapego forçado e totalmente sem legitimidade podemos deixar de viver nossas "pequenas alegrias" sendo que no fundo são elas que alimentam boa parte de nossa alma, já que nada mais são do que a expressão do que somos. A propósito também não abro mão de alguns mimos como as almofadas da foto feitas de 100 mini fuxicos, sendo cada um deles coberto por um mini botão de tecidos de diversas estampas ao mesmo tempo muito coloridas e muito delicadas. Então porque não assumir de vez que nesse momento eu preciso sim de açafrão fresco e almofada para ser mais feliz? Quem sabe um dia no futuro eu esteja bem mais evoluída e me desapegue de todas essas bobagens mundanas e viva somente de prana, luz e amor?

domingo, 11 de setembro de 2011

Boemia aqui me tens de regresso

Longe do fogão e vivendo uma fase boemia novamente resolvi publicar um pouco do que ando comendo e bebendo por aí... Além do Céu de Brasília e o  traço do arquiteto estou descobrindo novos sabores e muitas comidinhas de buteco caprichadas por aqui. Enquanto alguns estados do Brasil estão enfrentando chuva e frio aqui está fazendo um calorão danado e a saída é apelar para uma cerveja bem gelada. Então a dica é aproveitar as lojas de cervejas especializadas e conhecer novos rótulos que estão disponíveis  no Brasil.  Simplesmente amei essa idéia e acho que tem tudo a ver com um país tropical como o nosso. A variedade é imensa e tem muitas propostas inusitadas, esse chope escuro, por exemplo, é feito com malte defumado e é possível sentir um gostinho de "fumaça" na bebida. Também estão surgindo novas combinações como cerveja escura com chocolate, uma delícia! Apesar do preço salgado de alguns rótulos, como a proposta é degustar e não "encher a cara", o custo benefício acaba valendo muito a pena. E eu que ainda não consegui evoluir muito no conhecimento dos vinhos  me deparo com mais esse desafio...sem falar na degustação de  um simples cafezinho que agora trás variações de de aroma, acidez, corpo e sabor...Além de sommelier e beer sommelier já estou devendo também o título de barista! Para fugir a tantas imposições e rótulos eu procuro transformar tudo isso em  uma grande diversão e investir apenas no que me dá prazer. Não busco o conhecimento pelo conhecimento mas deixo me levar pela minha própria curiosidade.
Mas mudando completamente de assunto e introduzindo elementos cívicos nessa conversa, como uma boa cidadã brasileira, preciso compartilhar a emocionante experiência de assistir a parada de comemoração da Indepência do Brasil no dia 7 de setembro. Já estou morando em Brasília há alguns anos, confesso que já tinha ido na Esplanada nessa data mas sempre ficava com preguiça por causa do calorão que é de matar. Mas esse ano me toquei que fui assistir a troca da guarda real em Londres e fiquei me acotovelando com gente do mundo todo para tirar algumas fotos e ver a exibição da banda. Foi bonito sim mas não chega aos pés do nosso 7 de setembro... Cerca de 40 mil pessoas foram a Esplanada dos Ministérios esse ano assistir o desfile de 3,5 mil brasileiros entre civis e militares. Simplesmente  emocionante e ainda contou com a brilhante apresentação da Esquadrilha da Fumaça e do  campeonato de Balonismo que coloriu ainda mais o céu da nossa capital e deixou imagens de tirar o fôlego.









domingo, 24 de julho de 2011

Paella à caçadora



Desde que vi em um livro de receitas da culinária mineira uma receita de paella caipira com linguicinha, couve, costelinha de porco e um montão de outras delícias fiquei louca para experimentar. Entretanto, não tive a sorte de encontrar em nenhum cardápio e nem a coragem de ir para cozinha preparar. Esse ano o Restaurante Week de Brasília trouxe uma versão de paella à caçadora (arroz mix selvagem, coelho grelhado, sobre-coxa de frango, costela de cordeiro, lentilhas e alho-poró) e eu achei que não podia perder a oportunidade. Um prato bem forte e saboroso que valeu a aposta. O mais legal foi ver o Chef finalizar o prato em uma paellera (panela típica para preparar paella) enorme, uma fartura de encher os olhos!  

domingo, 17 de julho de 2011

Para começar bem o dia

 Nem todo mundo é favorável a crença de que no café da manhã devemos nos fartar com um banquete de rei. Era o que eu acreditava até então mas realmente não estava conseguindo começar o dia com muita disposição. Recentemente tive contato com a linha do higienismo que prega que no período da manhã o organismo está se desintoxicando e não deve ser sobrecarregado com muito alimento.

Os adeptos desta linha fazem o desjejum tomando um suco batizado de Suco Vivo feito a base de maças, folhas verdes e, o principal, sementes germinadas. Pesquisando percebi que existem milhares de variações, formas de preparos e outras denominações como Suco da Luz do Sol, Leite da Terra, etc., que são utilizadas por outras linhas e filosofias que também prezam uma alimentação saudável. No higienismo não se utiliza as fibras e o suco é coado em tecido mantendo apenas os nutrientes. Outras linhas já permitem as fibras e acrescentam também diversas leguminosas, grama do trigo, ervas aromáticas, etc.



Pesquisei bastante, mas achei muitos vídeos ruins na internet sobre o tema e resolvi não postar nenhum. Esta receita não é a tradicional do higienismo e sim a que eu encontrei disponível na internet:

Nome: SUCO DE LUZ DO SOL (SUCO VIVO)
Cortar uma maçã em pedaços pequenos e tirar as sementes grandes. Colocar no liquidificador. Usar um pepino como socador para auxiliar a extrair o líqüido que mora dentro das hortaliças. Acrescentar os grãos germinados*, as folhas verdes comestíveis, o legume e a raiz escolhida na proporção indicada, variando as hortaliças sempre que possível e privilegiando as de produção orgânica. Coar em um pano e beber logo em seguida.

Legumes e raízes: cenoura, abóbora, maxixe, batata-doce, inhame, quiabo, couve-flor, abobrinha, nabo, beterraba.

*Como germinar grãos

1 – Colocar de uma a três colheres de sopa de grãos em um vidro e cobrir com água limpa.

2 – Deixar de molho por uma noite (8 horas).

3 – Cobrir o vidro com filó e prender com elástico. Despejar a água e enxaguar bem sob a torneira.

4 – Colocar o vidro inclinado em um escorredor em um lugar sombreado e fresco.

5 – Enxaguar pela manhã e à noite. Nos dias quentes, é preciso lavar mais vezes. Os grãos iniciam sua germinação em períodos variáveis. Em geral, estão com sua potência máxima logo que sinalizam, o processo do nascimento, quando ficam prontos para serem consumidos.

Sugestões de sementes:

Todas as sementes comestíveis, tanto pelo homem como pelos pássaros: girassol, painço, niger, colza, aveia, trigo, linhaça, arroz, soja, centeio, gergelim, grão-de-bico, amendoim, lentilha, nozes, castanha-do-pará, amêndoas, ervilha, feno-grego etc.

Um dos ingredientes mais importantes é a "grama" do trigo. Muito rica em clorofila, é encontrada em mercados e muito fácil de ser plantada em casa. É só comprar sementes de trigo e colocar em bandejas de isopor ou copos plásticos. Basta regar que ela brota, nem precisa de terra. O ideal é comer enquanto está verdinha, até a altura de cerca de um palmo.

Receita: Ana Branco, designer e professora da PUC-RJ

Já disse uma vez e repito não tenho o perfil de ser fiel seguidora de uma linha. Sei que isso pode ser considerado uma heresia para os mais radicais, mas estou sempre fazendo uma releitura do que me interessa de verdade. Sendo assim, o meu Suco Vivo nem sempre é tão vivo quanto deveria ser. É uma espécie de suco da Luz do Sol em pleno eclipse lunar! Tento ser prática e utilizar o que tenho disponível. Estou substituindo as sementes germinadas por brotos, não estou usando ainda o coador de tecido e, consequentemente, ingerindo um montão de fibras pela manhã. Pode não ser tão rico em propriedades vitais e sobrecarregar um pouco mais o organismo, mas que mal poderá fazer um suco de maçã com couve pela manhã? Só tem uma coisa que não abro mão: as folhas precisam ser orgânicas. Afinal, suco de agrotóxico não faz a minha cabeça não. Entendo a importância das sementes germinadas na proposta do suco e pretendo sim conseguir utilizá-las um dia. Entretanto, enquanto não tenho essa disponibilidade, não fico totalmente de braços cruzados. E vamos combinar, apesar de tantos pecadinhos, esse desjejum não ficou um arraso?

  

domingo, 3 de julho de 2011

Doces lembranças


Doce na boca de criança tem mais sabor. Quem já experimentou comer de novo uma maria mole na casquinha de sorvete, que ainda vinha com uns anéis que a gente não tirava do dedo? Quem ainda se lembra do guarda chuvinha de chocolate (aquele bem parafinado), cigarrinho de chocolate (politicamente incorreto a começar pela embalagem, um absurdo!) e as moedinhas de chocolate? chicletes Bubbaloo e Ping Pong, chicletes Mini Adams, Azedinho Doce de morango, pirulito do Zorro, caramelos Nestlé, balas Chita de abacaxi, balas Jujuba, balas Soft, balas Kids de leite, pastilhas que saiam da boca dos bichinhos da Disney, biscoitos recheados São Luiz Nestlé de chocolate (atual Bonno), Deditos (a gente colocava um lasteque nas embalagens e viravam os nossos óculos 3D!), chocolates Galak, Lolo (atual Milkbar) e Kri,  chupetinha de açúcar, Q-suco...a lista é imensa!

Recentemente em viagem a Minas tive a felicidade de encontrar uma dessas relíquias mais preciosas da minha infäncia - as balas de mexerica da Galo Doce e também as balas mosaico. Adorávamos essas balas e chupávamos até cortar o céu da boca! Sem querer acabei encontrando também o quadradinho de doce de leite com chocolate, pessegada (que minha mãe adora) e montei uma cesta de presente para minha irmã poder compartilhar com meus sobrinhos parte do que tornou a nossa infäncia mais doce...Quando meu pai ia a Belo Horizonte sempre trazia as balas de leite da Kopenhagen. Na época tinha também uma bala de pera deliciosa e eram vendidas a granel. Fiquei curiosa para saber se ainda fabricavam essa balas e, para complementar a cesta de gostosuras, fui até uma loja investigar. Fiquei feliz de saber que as Balas de Leite continuam sendo produzidas e vendidas nessa caixinha vermelha da foto. Quando  me deparo novamente com uma guloseima da infância  é sempre uma surpresa  nostálgica, mas quando provo fico com a sensação de que eram infinitamente mais saborosas antes...Acredito que não só pelo fato do meu paladar estar mais apurado agora. Quando era criança, esses doces despertavam em mim uma atmosfera mágica, que naturalmente não produzem mais o mesmo encantamento... mas continuam fazendo muitas crianças sonhar acordadas!

domingo, 12 de junho de 2011

Pasta para o dia dos namorados



Muitas expectativas pairam no ar para o dia dos namorados: romantismo, surpresas, presentes...Será que cabe tudo isso em um dia só sem muito planejamento? Como fazer qualquer coisa fora de casa pode se transformar em uma maratona frustante nesse dia não quisemos arriscar mais uma vez esse ano. Mas deixar passar em branco também não estava em nossos planos, seria o triunfo da rotina no casamento!

Então escolhemos assistir um filme muito cute e fazer um almocinho bem saboroso e prático para sobrar tempo para namorar, afinal não é a coisa mais importante a se fazer nesse dia?! O prato foi uma criação minha especificamente para a data. Fiz uma espécie de molho bolonhesa com tomate pelati e um lagarto desfiado que foi preparado de véspera, ao  invés da carne moída. O molho foi previamente precessado em liquidificador e depois refogado em azeite, alho, manjericão fresco e azeitonas pretas. Para acompanhar um bom vinho tinto, ou melhor, um bom suco de uva integral, já que o saca rolhas resolveu nos deixar na mão dessa vez e a sabragem e outras técnicas mais rudimentares também fallharam. Se ao menos tivéssemos escolhido um espumante teria sido mais fácil! Mas o prato ficou tão caprichado, já estava rolando um clima tão gostoso que não nos aborrecemos em nada com isso... Só  para não ficar faltando nada mesmo meu amor resolveu fazer uma surpresa e comprou outro saca rolhas e, sendo assim, o vinho está salvo para o dia dos namorados que só acaba à meia-noite!

Tenho alguns videos, que selecionei especificamente para celebrar essa data tão linda do nosso calendário, que gostaria muito de compartilhar, mas infelizmente, estou tendo problemas técnicos com a internet. Prometo que irei postá-los em nova em nova oportunidade. Dessa forma, só me resta dizer uma coisa: F-e-l-i-z  d-i-a  d-o-s   n-a-m-o-r-a-d-o-s ! ! !

domingo, 22 de maio de 2011

Pipoca x Romance

Depois de tantas pipocas hi tech de microondas resolvi voltar no túnel do tempo e ir para o fogão estourar aquele milho de saquinho assim como antigamente e fazer uma pipoca digna dos carrinhos de rua. A estória foi divertida porque eu não tinha mais a noção da quantidade de milho e acabei estourando pipoca pela cozinha inteira. Apesar da bagunça consegui dar um ar gourmet legal com um toque de azeite de oliva e uma pitada de sal com ervas. Ficou realmente divina para acompanhar o filme Romance que tem como pano de fundo a sofrida estória de amor de Tristão e Isolda.  O filme de Guel Arraes mescla romance, uma pitada de comédia  outra de drama, cenas de teatro e até cordel (muito lindo por sinal). Vale  a pena conferir!

 

 
 
 

domingo, 15 de maio de 2011

Para compartilhar



Com o tempo, não vamos ficando sozinhos apenas pelos que se foram:
 vamos ficando sozinhos uns dos outros. 

                                                                                                   Mário Quintana



O tempo nos deixa mais solitários, vamos ficando mais seletivos ao ponto de nos esquivarmos da convivência. Quando se é criança, estar junto é ter alguém com quem dividir as brincadeiras e as risadas. Adulto é mais complicado, tem que ter o que mostrar, não pode aparentar sinais do tempo, afinal podemos ser tachados de decadentes.


Aqueles primos que se amontoavam em uma casa de praia todo verão e se divertiam sem dificuldade hoje não se vêem mais. Cada um seguiu seu rumo (de sucesso) e daquela convivência gostosa só restou notícias esporádicas de suas conquistas mirabolantes. O ciclo se reinicia e me pergunto o que acontecerá com os primos desta nova geração que hoje se reúnem para comemorar os tão sonhados e mágicos aniversários das suas infâncias. Será que irão se mobilizar para estarem juntos nestas datas quando forem adultos, ou até um telefonema será algo remoto e sem sentido?...


O tempo afasta umas coisas e aproxima outras, mas tenho a impressão de que os encontros vão se tornando mais rasos e mais condicionados. Se a casa não está impecável os amigos não são convidados para não fracassar a performance de anfitriã(o) perfeita(o). Mas se a casa está impecável achamos melhor desfrutar deste estado de graça sozinhos ao invés de nos disponibilizarmos ao caos temporário da convivência. Afinal para que enfurecer o mar de tranquilidade e segurança de nossa zona de conforto estável?
A proposta desse almoço é resgatar os encontros despretensiosos e despidos de todo glamour. Cardápio simples: lagarto recheado, escondidinho de carne, acompanhados de arroz branco e vinagrete de rabanete. Comida gostosa, feita com amor para alimentar a alma. Estão servidos?

domingo, 8 de maio de 2011

Frango Tandoori



Em homenagem ao dia de hoje escolhi um prato que tem sabor de comida de mãe, cheirosa dessas que enchem todo o ambiente. Além disso é uma receita super prática para as mães modernas que não tem muito tempo para estarem na cozinha. Descobri os cortes de frango coxa e sobre coxa já desossados e tenho gostado muito do resultado, visto que é a carne é mais suculenta que a do peito. Eu retiro toda a pele antes de temperar, assim fica mais saudável. O tempero Tandori é uma mistura indiana famosa composta de alho, coentro, feno grego, mostarda, cominho, gengibre, pimenta calabresa, canela, erva doce, casca de laranja, colorífico, páprica doce e anato usada principalmente para temperar frango mesmo que eu compro na Bombay (www.bombayfoodservice.com.br). Geralmente é adicionada em iogurte mas eu substituo-o por azeite extra virgem. Tempero o frango de véspera acrescentando sal a gosto. Depois asso em assadeira coberta com papel alumínio por aproximadamente 30 minutos. A mistura tem uma cor bem vibrante e o aspecto do frango fica ótimo, além do sabor qué é realmente maravilhoso! Eu estou com a embalagem da mistura aqui do meu lado para conferir os ingredientes e estou salivando só de sentir o seu aroma.

Completo a homenagem às mães com o poema Para Sempre do querido Drummond de Andrade, conterrâneo das nossas Minas Gerais e também farmacêutico.


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho


domingo, 1 de maio de 2011

Arroz vermelho com linguicinha bêbada


Essa receita é super prática e muito saborosa. Comprei o arroz vermelho do Atelier Namorado e fiz a receita da embalagem assinada pelo chef Olivier Anquier. Deu super certo e ficou irressístível. Tive dificuldade apenas no tempo e na quantidade de água para cozimento. Da primeira vez que fiz coloquei 4 xícaras de água para 1 xícara do arroz e cozinhei por 20 minutos na panela de pressão. Ficou duro e a  água não secou toda, então resolvi cozinhar por mais 20 minutos sem acrescentar mais água. Após esse tempo, parte do arroz ficou em ponto al dente perfeito,  mas boa parte queimou no fundo. Resolvi repetir a receita colocando dois copos a mais de água e cozinhando sem abrir a panela por 40 minutos direto. Quando destampei a água já havia secado praticamente toda e o arroz ficou com uma consistência de risoto cremoso, muito bom. Mas para obter grãos mais soltos acho que na terceira tentativa utilizaria 5 xícaras de água para cada xícara de arroz e cozinharia por 30 minutos apenas. De qualquer forma, publicarei novas experiências com essa receita quando tentar novamente. Eu rebatizei o prato, chamado originalmente de Arroz Vermelho com Linguiça da Roça, porque a receita leva um cálice de cachaça. Várias receitas dessa linha de grãos especiais do Ateliê Namorado estão disponíveis no site http://www.atelienamorado.com.br/.

E agora um pouco de poesia e abstração...



Tudo que faço ou medito
Fica sempre na metade,
Querendo, quero o infinito.
Fazendo, nada é verdade.

[...]

Um mar onde bóiam lentos,
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.

Fernando Pessoa


Amo essa frase de Fernando Pessoa:
"Querendo, quero o infinito" mas no fundo acho que ...

A gente se poupa para se preservar,
É bem mais difícil se jogar.
Seremos considerados loucos.
Melhor então será morrer aos poucos?!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pasta 7 cores

Esse final de semana estou comemorando bodas de 5 anos de casamento e escolhi essa pasta bem colorida, cheia de aromas e sabores diferentes. Todas as cores são naturais obtidas através dos ingredientes tomate, espinafre, acelga vermelha, açafrão, funghi, tinta de lula e natural. Escolhi utilizar um molho pesto de boa qualidade comprado pronto para não ter que gastar muito tempo na cozinha em uma data tão especial, mas ao mesmo tempo conseguir dar um toque pessoal preparando o prato em casa.



O romantismo ficou por conta da música "Te Amo" do novo CD "Bicicleta, Bolos e Outras Alegrias" da Vanessa da Mata que escolhi especialmente para essa data. Outra trilha selecionada foi a "Tema de Amor de Cinema Paradiso" de Ennio Morricone. Aproveitamos também para rever esse belíssimo filme italiano de Giuseppe Tornatore produzido em 1988 (e já se foram 23 anos!).




Amei esse clipe da música Te Amo dirigido por Wagner Moura, que como ele mesmo disse  traz a "presença luxuosa" de Ronaldo Fraga e resgata a atriz e bailarina Marilena Ansaldi. É simplesmente encantador, sugiro que assistam também o Making Of para se envolverem mais com a sua proposta.





 Para finalizar, proponho rever uma cena inesquecível do filme Cinema Paradiso: 
Alfredo, é belissímo!!!

domingo, 17 de abril de 2011

Filé de abadejo a moda da casa


É bom começar me desculpando pela apresentação pouco cuidadosa do prato, mas resolvi fazê-lo em um dia que dispunha de pouco tempo justamente pela sua praticidade. Dessa forma, apesar de ter ficado uma delícia, não ficou nada fotogênico. Esse peixe a moda da casa foi elaborado inspirado em outros pratos que provei em momentos diferentes da minha vida.
Primeiro: a escolha do peixe. Eu e meu marido comemos na praia de Gamboa na Bahia uma moqueca de abadejo inesquecível. Ele não curte muito peixe por causa dos espinhos, então acabou adorando essa opção.  O tiozinho da barraca era um amor e repetia inúmeras vezes que o preço dele era mais caro porque o peixe que ele utilizava era abadejo mesmo. 
Segundo: a escolha dos ingredientes. Em outra ocasião comemos aqui em Brasília um prato típico do Mato Grosso chamado mojica de pintado que também apreciamos muito. O prato é basicamente um refogado do peixe com pedaços de mandioca cozida. Eu tenho um livro de culinária regional que tem a receita original. Como o peixe que ia fazer não era o pintado preferi reservá-la para outra ocasião, mas aproveitei que tinha mandioca cozida e acrescentei na minha moqueca. Usei ainda cebola roxa, alho, pimentões vermelho e amarelo, tomate cereja,  azeite de dendê e leite de coco.
Para dar um toque especial acrescentei uma pitada de garam masala e temperei o peixe com um sal aromático que virou febre aqui em casa. Há algum tempo descobri um sal rosa que é extraído das rochas do Himalaya, de regiões onde há milhares de anos existiu mar. Fiquei fascinada com o produto mas o preço estava literalmente muito salgado aqui em Brasília. Em viagem a São Paulo descobri outras opções de sal como esse da foto que o Citrus Salt (A zest of lemon) da Smart Spice que é importado da África do Sul. Esse sal é moído na hora e vem aromatizado com raspas de laranja e de lima e sementes de funcho. É muito bacana para temperar salada, além do charme do ritual de moer o sal na hora, exala um aroma muito gostoso. Acabei encontrando o sal rosa por um preço mais acessível e comprei também só que ainda não utilizei. Tinha também disponível  a flor do sal, que é a primeira extração da salina, ou seja, um sal mais puro que o sal tradicional. 
Mas voltando a inspiração da moqueca...
Terceiro: o modo de fazer. Fiz da forma como lembrava que minha mãe fazia moqueca, mas como faz um tempão que vi ela fazendo acho que acabei não sendo fiel e inventando uma forma diferente, mas também não tem muito segredo não. O melhor de tudo é que o prato recebeu nota máxima do meu amor. Depois de muita insistência para saber se ele tinha certeza que era nota 10 ele acabou abaixando para 9,5  que, ainda sim, é uma nota para se comemorar. Apesar dele ser suspeito para falar achei que o feito era digno de nota!  Para aqueles que não comem carne na sexta feira santa e pretendem ir para a cozinha está dada a dica. 





E para alimentar a alma, toda a sensibilidade de Wagner Moura
recitando um texto de Clarice Lispector: é lindo d+!   

domingo, 10 de abril de 2011

Berinjela com garam masala


A dica desse domingo é dar um toque especial naquela receita tradicional de berinjela com o tempero indiano garam masala. O tempero aromático é uma mistura composta de coentro, cardamomo, cravo da índia, canela, noz moscada, pimenta do reino, pimenta calabresa, gengibre em pó e casca de laranja. O uso tradicional na Índia é para temperar frango e peixes. O frango eu já fiz e fica realmente delicioso, pretendo repetir em breve e postar a foto. Eu considero essa mistura super versátil, inclusive até para ser usada em receitas de bolos e biscoitos. Descobri os temperos indianos quando era vegetariana e, como nessa época ainda consumia derivados de leite,  usava a garam masala para fazer um estrogonofe de palmito que era um sucesso.

Sobre a berinjela, atualmente faço-a refogada na panela de pressão e são necessários apenas 3 minutos de cozimento para ficar no ponto. Depois de pronta congelo em porções menores e retiro na noite anterior para ser usada para temperar saladas e principalmente como recheio de sanduíches. Aqui em Brasília tem a rede Marietta de sanduíches leves que tem o sabor de Berinjela com Cream cheese que é divino! Agora que estou evitando o leite faço o meu apenas com berinjela ou de berinjela com frango desfiado que é um sabor também disponível no cardápio do Marietta.

Outra dica super legal é a loja de temperos Bombay Herbs & Spices, considerada pelo proprietário a primeira loja especializada em pimentas e especiarias do Brasil. Fica em um espaço pequeno, mas super charmoso nos Jardins em Sampa, que eu tive o prazer de conhecer recentemente. No shopping Morumbi também há um quiosque da marca. Para quem gosta de pimenta é um prato cheio: as espécies foram classificadas em um nível de picância que vai de 1 a 11, nível este que acredito ser só para os mais corajosos aventureiros. Só para dar uma idéia adquiri a dedo de moça que está classificada como picância 7. Eu já conhecia a marca Bombay há muito tempo, inclusive já havia adquirido temperos indianos dela aqui mesmo em Brasília. Mas visitar a loja valeu à pena, a diversidade é bem maior. Para quem não tem essa disponibilidade uma boa notícia, os produtos estão à venda também pela internet no endereço eletrônico www.bombayfoodservice.com.br.

domingo, 3 de abril de 2011

Alma do Canadá_Maple Syrup



Todas os países tem as suas tradições culinárias e o Canadá não é diferente. Se tem um produto que realmente é genuinamente canadense é o xarope de bordo, conhecido como maple syrup (em inglës) ou sirop d’érable (em francës) já que parte do país é bilingue. O xarope é extraído da seiva daquelas árvores famosas de lá que representam tanto a identidade canadense que tem até sua folha estampada na bandeira do país. 

No Canadá, o xarope de bordo é muito consumido e existem casas especializadas nas receitas com o xarope chamadas Cabane à sucre (cabana de açucar). Uma forma bem divertida de consumo do xarope, muito tradicional no inverno, é obtida despejando o xarope quente diretamente na neve o que dá origem a uma espécie de pirulito puxa-puxa. Em outras épocas do ano é possível experimentar a versão similar que é feita usando gelo picado.

Várias receitas no Canadá levam o xarope que está presente nas sobremesas, chocolates, sorvetes. Adorava em particular o Maple Cream, donut da famosa rede de café do canadá, outro ícone do país, a Tim Hortons. De uns tempos para cá percebi que o xarope tem ficado cada vez mais comum e fácil de achar aqui no Brasil. Já encontrei em diversas redes de supermercados aqui em Brasília e em outros estados.

domingo, 27 de março de 2011

Alma de Brasília_Daniel Briand Pâtissier & Chocolatier


Brasília tem uma peculiaridade interessante na sua gastronomia, incorporou a culinária típica de diversas regiões do Brasil e até de outros países. A mais notória é a influência nordestina, que se inicia com a chegada dos pioneiros candangos para a construção de Brasília: carne de sol, feijão de corda, paçoca de carne, manteiga de garrafa,  queijo coalho, pimenta de cheiro e tapioca já são tradicionais no cardápio da cidade. A carne de sol e o queijo coalho são tão comuns que foram incorporados até nas pizzas e nos crepes. Aliás, por falar em crepe, acredito que essa seja talvez a única mania tipicamente brasiliense, não conheço outra cidade onde se come tanto crepe como aqui. As creperias de Brasília fazem tanto sucesso que são destino certo para datas comemorativas e reuniões de amigos. Aqui se come crepe no almoço, no jantar e na sobremesa! Os crepes doces têm uma infinidade de sabores deliciosos e são uma tentação a parte...

Depois vem a influência do Estado de Goiás que,  pela proximidade geográfica, trouxe a guariroba, a pamonha, o empadão goiano, o angu de milho, a galinhada, a leitoa a pururuca e outros pratos regionais para a capital federal. Os goianos acreditam que a culinária goiana é muito parecida com a de Minas Gerais. Realmente, muitos pratos são tradicionais nas duas regiões, mas para um bom mineiro nada se compara ao tempero da sua terra... Mas não estamos totalmente órfãos aqui não, a culinária mineira também está presente no Distrito Federal. Apesar de ainda não ter me convencido com as opções de restaurantes mineiros daqui, tem uns quitutes dignos de nota da Biscoitos Mineiros que irei publicar em ocasião oportuna.

Do Mato Grosso vem a tradição dos peixes de água doce como o pintado, mas aqui também se come peixes paraenses e típicos da região amazônica. Peixes de água salgada, frutos do mar e pratos tradicionais do litoral brasileiro também são muito apreciados na cidade.

Já a culinária internacional, dizem que ganhou espaço na Capital Federal principalmente por força das embaixadas. Para atender a necessidade específica desse seleto público, a cidade foi aos poucos conhecendo, incorporando ingredientes, temperos e pratos típicos de todo o mundo.

Para mim nada mais justo que iniciar a apresentação dessa diversidade brasiliense por um café francês localizado em pleno Planalto Central, o Daniel Briand Pâtissier & Chocolatier. Apesar de não poder me considerar uma frequentadora assídua, tenho um vínculo afetivo com esse lugar. No almoço de confraternização do meu casamento civil estava há apenas um ano em Brasília, recém chegada em um novo trabalho, novo relacionamento e com muitas mudanças acontecendo de uma só vez na minha vida. Não conhecia muita coisa aqui e estava tentando desesperadamente encomendar uns bem-casados para servir aos amigos. Pesquisei pela internet e, na época, não consegui achar nenhum lugar que me fizesse os famigerados bolinhos de casamento. Nessa busca, entretanto, acabei encontrado a Daniel Briand e, após muita conversa ao telefone, decidi encomendar uns tais de macarons de pistache e de framboesa. Não sabia o que era isso, mas tinha certeza que eles cumpririam o seu papel, afinal, também eram constituídos de duas unidades reunidas por um recheio, assim como os tradicionais bem-casados

Depois disso, passei a frequentar o lugar e quando vou sempre peço o macaron de pistache, meu favorito, e o de creme que tem as cores da bandeira da França. Acho que são acompanhamentos perfeitos para um bom café expresso. Um charme a parte são esses descansos para xícaras que usam para servir (ver foto). Fiquei tão apaixonada que procurei em diversas lojas até encontrar na Etna. Comprei de vários tamanhos, tem também uns quadrados para bandejas. Além de valer a pena pelo ambiente agradável, o cardápio do Daniel Briand é muito caprichado,  o preço é justo e você pode fazer qualquer pedido sem medo de ser feliz. Está dada a dica, estando em Brasília vale à pena conferir esse pedacinho de Paris na cidade:
Daniel Briand Pâtissier & Chocolatier
Endereço: 104 Norte, bloco A – loja 26 

domingo, 20 de março de 2011

Mil Folhas de Batata


Na época que morei em Belo Horizonte costumava frequentar, juntamente com amigos muito queridos, o Café 3 Corações, localizado na charmosa Praça da Savassi. O nosso pedido predileto era uma espécie de torta feita com várias camadas bem finas de batata, recheadas com creme de leite e alecrim (não me lembro mais o nome que vinha no cardápio). Mas do gosto não me esqueci até hoje e ainda chego a salivar só de pensar... Há um tempo atrás retornei em BH e verifiquei com pesar que o café havia fechado. Apesar das informações desencontradas da internet, parece que foi reaberto ao lado do endereço original. De qualquer forma quando voltar a capital mineira com mais calma vou me informar sobre esse fato e saber se essa delícia ainda faz parte do cardápio. 

Inspirada nesse prato, que batizei de Mil folhas de Batata, criei novas verões mudando os recheios e o sucesso é sempre garantido. Essa aí foi recheada com creme de cebola e creme de leite e ficou muito saborosa. Recentemente, criei uma versão sem lactose que recheio apenas com azeite, sal grosso e ervas frescas como sálvia ou alecrim e levo ao forno para gratinar levemente e realçar o aroma.  

domingo, 13 de março de 2011

Frango com quiabo


Frango com quiabo é um prato típico da culinária mineira, principalmente se for feito com frango caipira ou na panela de pedra como esse aí servido na Estalagem das Minas Gerais, hotel do SESC em Ouro Preto. O lugar é bem aconchegante e escolhemos ficar hospedados em um chalé de madeira muito charmoso. No piso superior do mezanino ficava o colchão de casal diretamente no chão e um bercinho. No piso inferior um quarto com duas camas de solteiro, um banheiro, uma pequena copa e uma varanda com vista para as montanhas e as hortências. A propriedade do hotel é muito grande, arborizada, florida e também muito bem cuidada. De quebra a natureza ao redor é exuberante e traduz parte da beleza das nossas Minas Gerais. Como não tinha hóspedes nos chalés vizinhos na temporada que passamos lá, desfrutamos do contato com a natureza de forma bem intensa e nos sentimos como se estivéssemos no meio de um bosque. 

A comida caprichada é outro destaque do hotel, principalmente do cardápio a la carte (o buffet deixa um pouco a desejar) e esse frango com quiabo estava realmente delicioso. Nunca soube fazer um bom frango com quiabo mas descobri o segredo desse prato com uma amiga que também faz um divino: tanto o frango quanto o quiabo devem ser fritos separadamente primeiro e somente depois refogados juntos. Eu sempre tentei fazer refogando os dois sem fritar, mas vira um ensopado insosso e babento. Também sei que um dos truques para tirar a baba é jogar o quiabo e umas gotinhas de limão ou vinagre em uma panela bem quente e somente depois refogar com os temperos em outra panela. Minha mãe sempre fez assim e o dela apesar de ser só refogado fica gostoso. Mas não tem jeito, nada se compara a um frango com quiabo que é feito frito.  

Outra surpresa deliciosa foi no café da manhã desse hotel. Uma  garçonete veio até a nossa mesa perguntar se gostaríamos de comer um ovo frito (assim como é oferecido em muitos hotéis) ou uns bolinhos de chuva!!! Pena não ter tirado foto, eles fritam na hora uns bolinhos pequenos, bem menores do que eu costumava comer quando era criança, e trazem quentinho passado no açúcar com canela. Como eu prefiro puro mesmo, na segunda porção já pude desfrutar de mais esse genuino sabor da minha infância.

Quem gostava de fazer bolinho de chuva era minha avó paterna e passávamos a tarde comendo acompanhado de um café bem fresquinho, passado na hora. Aprendi a apreciar um bom café desde a infância, só que naquela época isso era sinônimo de uma bebida pouco incorpada (bem ralinha mesmo) e doce. Entretanto já apreciava o aroma do pó moído na hora, tarefa que aliás disputávamos para fazer, na maquininha da minha avó. Pena que  minha mãe nunca teve apreço pelas coisas como ela diz "velhas" e quando minha avó faleceu eu não tinha dimensão da saudade e da nostalgia que tudo isso ia deixar. Sendo assim, muitas dessas relíquias se perderam da forma mais banal. Consegui salvar a tempo o tacho de cobre, que deve ter bem mais de 50 anos. Sou fascinada por esse ícone da culinária mineira tradicional, que agora corre o risco de ser banido por questões sanitárias. De qualquer forma não vou desfazer do meu não, nem que seja para virar objeto de decoração!

"A alma mineira vive de saudade. Tenho saudade do que já foi, as velhas cozinhas de Minas, com seus fogões de lenha, cascas de laranja secas, penduradas, para acender o fogo, bule de café sobre a chapa, lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça, rostos vermelhos. Minha alma tem saudades dessas cozinhas antigas..."
                                                                                                             A Cozinha - Rubens Alves

Mas voltando ao frango com quiabo, faço também minhas essas palavras de Rubens Alves, extraídas de um trecho da sua autobiografia (http://www.rubemalves.com.br/albumderetratos.htm):

"Golpes duros na vida me fizeram descobrir a literatura e a poesia. Ciência dá saberes à cabeça e poderes para o corpo. Literatura e poesia dão pão para corpo e alegria para a alma. Ciência é fogo e panela: coisas indispensáveis na cozinha. Mas poesia é o frango com quiabo, deleite para quem gosta..."

domingo, 6 de março de 2011

Smothie de melancia com framboesa




Sol, calor, verão, carnaval. Nada melhor para refrescar do que se entregar as mil e uma possibilidades da febre do frozen yogurt que pelo visto veio para ficar. Essa mistura deliciosa, refrescante e versátil, que ficou conhecida como sobremesa de baixa caloria,  invadiu os shoppings, as praias, virou mania entre as celebridades e multiplicou-se em milhares de franquias de sucesso.

Perfeito, a não ser por um detalhe para os lactose intolerantes, não é lactose free! O problema é que quando eu decidi levar a sério essa dieta restritiva a lactose já tinha me viciado nesse sorvete de yogurte. Meus sucos prediletos também levavam yogurte. Na base da experimentação descobri que era possível produzir versões bem similares dos sucos com frozen yogurte, substituindo pelo yogurte normal e pela fruta congelada no lugar da fruta in natura. O segredo é nunca utilizar polpas de frutas diluidas em água e sim a fruta integral congelada. Algumas como morango, framboesa, amora e blue berry eu compro a  fruta já congelada. Outras como manga, banana, mamão eu mesmo preparo e congelo a fruta picada.

O smothie de melancia com framboesa e yogurte natural de hoje foi inspirado no Pabi Australiano da Pabi, casa de sucos tradicionais de Goiânia. Eu me apaixonei pelo combinação e fui experimentando em casa até obter sabor parecido. Atualmente retiro a porção de yogurte natural da receita ou substituo por um inhame pequeno e garanto que esse ainda continua sendo o meu suco predileto.  

domingo, 27 de fevereiro de 2011

É dia de feira






Não sei como começou essa paixão por feiras e mercados, só posso dizer que é antiga e tomou tanta força que já faz parte dos meu roteiros de viagens. O mais antigo que me recordo de frequentar é o Mercado Mascarenhas de Juiz de Fora, que é o mercado municipal da cidade instalado no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, uma complexo arquitetônico do início do século XIX que abrigou uma antiga indústria têxtil. Era programa semanal certo para eu e minhas irmãs no período que morávamos em JF.  Recordo dos biscoitos amanteigados vendidos a granel, dos doces, dos queijos temperados e das frutas fresquinhas.

Depois foi a vez do lendário Mercado Central de Belo Horizonte, fui frequentadora assídua nos 6 anos que morei na capital mineira. Cada local tem as suas tradições e o Mercado Central é famoso por seu fígado acebolado com jiló na chapa. Mas para mim sempre foi sinônimo de um bom café matinal  tomado ao pé do balcão  com direito a café expresso, pão de queijo, bolo de mandioca ou bolo de laranja e uma fatia farta de queijo minas frescal, tudo de primeira qualidade. Também gostava de experimentar, comprar e ouvir as histórias de um feirante que só trabalhava com laranjas e bananas que ele mesmo cultivava. Eram frutas bem miúdas, mas muito saborosas. Guardo saudosas lembranças da barraca desse tiozinho. Também ia para comer o abacaxi descascado, comprar ervas e temperos frescos e toda variedade de queijos mineiros.

Quando me mudei para Brasília fiquei uns quatro anos órfã desse hábito de frequentar feiras e mercados aos finais de semana até saber da existência do Ceasa. De lá, como já ficou evidente pelos posts anteriores,  gosto particularmente do Mercado Orgânico  que, infelizmente, tem a terrível limitação de só funcionar aos sábados e às quintas-feiras. Como a procura é sempre bem maior que a oferta por volta das 8:00 horas da manhã já não se encontra praticamente mais nada nas prateleiras. Aos sábados também funciona no Ceasa a feira de venda  a varejo direta ao consumidor de diversos produtos, mas  por só funcionar um único dia também fica muito cheia. A capital federal sem dúvida merece um mercado permanente que possa atender a todos de forma mais satisfatória.  

Em viagens curti muito conhecer o Mercado Ver-o-Peso de Belém riquíssimo em variedades e excelente para quem quer conhecer os produtos regionais como os peixes, as ervas, as castanhas, as frutas e os produtos da mandioca. Fora do Brasil conheci e gostei do Mercado Municipal de Cusco no Peru que impressiona pela variedade de cores das espécies de milho e outros vegetais regionais, mas sobretudo pelo contraste social e precariedade sanitária, também presentes no Ver-o-Peso. Em Toronto visitei  as feiras em Chinatown e o Mercado  St Lawrence http://www.stlawrencemarket.com/ onde conheci o delicioso hot dog canadense. Aliás foi no exatamente nessa viagem ao Canadá que iniciou o meu interesse em fazer registros fotográficos das refeições. Simplesmente fotografei tudo que comi nos 30 dias que passei lá e depois fiz uma seleção que rendeu um álbum de fotos exclusivo que denominei "Foods and Drinks". Irei postar as descobertas que fiz lá aos poucos assim que as histórias forem ressurgindo. Mas agora chega de papo furado e vamos aproveitar a inspiração do tema para curtir uma música de primeiríssima qualidade.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Abiu, sabores e saberes da infância




Mais do que seu gosto delicioso, suave e doce lembro que quando era criança gostava de comer abiu e ficar brincando com a cola que os frutos soltavam na boca quando não estavam muito maduros. Ficávamos brincando de soltar os lábios bem devagar e depois, para tirar o efeito da cola, lambuzávamos a boca de margarina como se estivéssemos passando batom (época que as meninas não usavam maquiagem indiscriminadamente como hoje, era coisa só para moças adultas).

Adoro me vangloriar das frutas exóticas que conheci na infância, principalmente daquelas que não eram vendidas nas quitandas e que só podiam ser encontradas nos quintais da região. Abiu é sem dúvida uma dessas lembranças especiais. Pesquisando agora descobri que é nativo da região amazônica no Brasil, onde pode ser encontrado na forma silvestre. Como foi parar na Zona da Mata Leste mineira não sei. O que posso dizer é que, apesar de não ser abundante por lá, os abieiros disponíveis na época deviam estar muito bem adaptados porque produziam frutos muito saborosos. 

Finalmente tive a felicidade de poder compartilhar esse precioso sabor da infância com meu marido. Encontrei esses abius aí da foto no Mercado Orgânico aqui de Brasília, mas não estavam a venda não. Um produtor tinha levado para oferecer aos clientes. Quando vi aqueles frutos, depois de tantos anos, fiquei tão emocionada que perguntei o que eram só para ter certeza. Uma senhora japonesa muito simpática me respondeu que era abiu e que eu  podia experimentar se quisesse. Fiquei tão sem reação na hora que nem consegui perguntar aonde eram produzidos e se seria possível conseguir mais. Peguei três unidades, coloquei em um saquinho plástico para não sujar a bolsa com a "cola" natural dos frutos. Cheguei em casa e comi o primeiro como num ritual. Meu marido experimentou o segundo e o terceiro eu fiquei namorando até ter coragem de acabar com o que era tão doce... Ah, mas as suas sementes, essas eu guardei para a posteridade.

Pelo menos nesse quesito devo discordar de Manuel Bandeira que "Não gosta de abiu nem de caqui, nem de melancia.", conforme descrito no “flash autobiográfico” do escritor que saiu nos "Arquivos Implacáveis”, criados pelo jornalista João Condé (1912-1996) em 1946.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Equilibrando os chakras

Creio que além dos alimentos que nos valemos para sustentar nosso corpo físico, trocamos uma série de energias bem mais sutis que também servem para alimentar a nossa alma. Então, me parece lógica a idéia de que se eu me preocupo com os alimentos que estou ingerindo, também devo cuidar das trocas enérgicas que acontecem comigo.

Posso afirmar que para mim a troca energética mais sutil e mais sublime ocorre através da oração. Mas hoje não tratarei desse assunto e sim de uma outra história. Há algum tempo estou incomodada com a minha falta de energia e o meu cansaço crônico. Um dia de trabalho me deixa extenuada e sem vontade de fazer nenhuma outra atividade se não me atirar no sofá. 

Por uma dessas "coincidências" do destino, precisei rever uma tia minha solteira muito metódica e sistemática. Minha tia sempre foi muito vaidosa e seus cuidados com a alimentação e com a pele sempre foram rigorosos. Lembro na infäncia ela usando o famoso creme POND's no rosto. Minha mãe sempre foi o oposto, detesta cremes e nunca ligou para esses cuidados, além de ter como agravante o fato de ser fumante inveterada desde a juventude. 

Eu sempre acreditei que tivesse pré-disposição genética a ter varizes, celulite e toda má sorte de problemas circulatórios, mas esse re-encontro com a minha tia está mudando a minha forma de encarar as coisas. Tenho dúvidas o que de fato deve ser atribuído a uma "herança indesejada" ou advém apenas de maus hábitos ou, como no meu caso, da relação inconstante com os hábitos saudáveis. 

O fato é que eu fui surpreendida pela cena de uma jovem vestida com um pijama enorme desses cumpridos e da alça larga para usar com sutiã (eu!) e uma senhora de 71 anos vestindo um baby dooll bem curtinho, alça fininha no estilo rainha do funk (minha tia!). Foi um choque. Eu arrasada  no sofá com meu pijamão e ela sentada, esguia e cheia de energia. Uma disposição de dar inveja! Eu já estava prestes a perguntar qual era afinal o seu segredo quando ela falou sobre uns tais exercícios que fazia todo dia pela manhã há 17 anos.

Ela falou por alto que eram apenas 5 exercícios que deviam ser repetidos 21 vezes cada um e fez para eu ver. Disse também que já teve um livro chamado "A Fonte da Juventude"  que ensinava esses exercícios. Não anotei, mas não esqueci esse nome. Cheguei em casa, pesquisei na internet e devorei tudo que encontrei sobre os 5 Ritos Tibetanos que incorporei na minha rotina há aproximadamente um mês e estou surpreendida com os resultados.

A chave dos 5 ritos é o equilíbrio dos chakras, nossos centros energéticos de força. Assim como o yôga, a medicina ayurvédica, a medicina chinesa e tantas outras técnicas que também trabalham essas energias.  Pesquisando mais sobre os chakras e vendo o espectro de suas cores tive um insigth  que são as mesmas do arco-íris!  A natureza é perfeita e estamos muito mais integrados ao universo do que imaginamos. É claro que muitas pessoas já haviam tido esse insigth antes e descobri que já inventaram até a dieta do arco-íris. Sem exageros, mas me pareceu fazer sentido buscar a cor do chakra no alimento quando quiser  energizá-lo. Para finalizar o pacote, respire bem fundo e deixe a energia vital do prana invadir a sua vida!