Não sei como começou essa paixão por feiras e mercados, só posso dizer que é antiga e tomou tanta força que já faz parte dos meu roteiros de viagens. O mais antigo que me recordo de frequentar é o Mercado Mascarenhas de Juiz de Fora, que é o mercado municipal da cidade instalado no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, uma complexo arquitetônico do início do século XIX que abrigou uma antiga indústria têxtil. Era programa semanal certo para eu e minhas irmãs no período que morávamos em JF. Recordo dos biscoitos amanteigados vendidos a granel, dos doces, dos queijos temperados e das frutas fresquinhas.
Depois foi a vez do lendário Mercado Central de Belo Horizonte, fui frequentadora assídua nos 6 anos que morei na capital mineira. Cada local tem as suas tradições e o Mercado Central é famoso por seu fígado acebolado com jiló na chapa. Mas para mim sempre foi sinônimo de um bom café matinal tomado ao pé do balcão com direito a café expresso, pão de queijo, bolo de mandioca ou bolo de laranja e uma fatia farta de queijo minas frescal, tudo de primeira qualidade. Também gostava de experimentar, comprar e ouvir as histórias de um feirante que só trabalhava com laranjas e bananas que ele mesmo cultivava. Eram frutas bem miúdas, mas muito saborosas. Guardo saudosas lembranças da barraca desse tiozinho. Também ia para comer o abacaxi descascado, comprar ervas e temperos frescos e toda variedade de queijos mineiros.
Quando me mudei para Brasília fiquei uns quatro anos órfã desse hábito de frequentar feiras e mercados aos finais de semana até saber da existência do Ceasa. De lá, como já ficou evidente pelos posts anteriores, gosto particularmente do Mercado Orgânico que, infelizmente, tem a terrível limitação de só funcionar aos sábados e às quintas-feiras. Como a procura é sempre bem maior que a oferta por volta das 8:00 horas da manhã já não se encontra praticamente mais nada nas prateleiras. Aos sábados também funciona no Ceasa a feira de venda a varejo direta ao consumidor de diversos produtos, mas por só funcionar um único dia também fica muito cheia. A capital federal sem dúvida merece um mercado permanente que possa atender a todos de forma mais satisfatória.
Em viagens curti muito conhecer o Mercado Ver-o-Peso de Belém riquíssimo em variedades e excelente para quem quer conhecer os produtos regionais como os peixes, as ervas, as castanhas, as frutas e os produtos da mandioca. Fora do Brasil conheci e gostei do Mercado Municipal de Cusco no Peru que impressiona pela variedade de cores das espécies de milho e outros vegetais regionais, mas sobretudo pelo contraste social e precariedade sanitária, também presentes no Ver-o-Peso. Em Toronto visitei as feiras em Chinatown e o Mercado St Lawrence http://www.stlawrencemarket.com/ onde conheci o delicioso hot dog canadense. Aliás foi no exatamente nessa viagem ao Canadá que iniciou o meu interesse em fazer registros fotográficos das refeições. Simplesmente fotografei tudo que comi nos 30 dias que passei lá e depois fiz uma seleção que rendeu um álbum de fotos exclusivo que denominei "Foods and Drinks". Irei postar as descobertas que fiz lá aos poucos assim que as histórias forem ressurgindo. Mas agora chega de papo furado e vamos aproveitar a inspiração do tema para curtir uma música de primeiríssima qualidade.